sábado, 24 de dezembro de 2011

Retrospectiva 2011 - Metal On Metal



O grupo canadense Anvil se apresentou pela primeira vez Brasil em fevereiro, "abrindo" para o Primal Fear no Carioca Club (SP). Com sua inseparável Flying V, o autêntico e simpático Lips (vocal e guitarra) comandou as ações, brincando e interagindo com o público. Durante o set, perguntou quem tinha visto o filme/documentário "Anvil – The Story Of Anvil". Com a resposta positiva, disse que queria conhecer a todos pessoalmente, já que todo mundo conhecia sua mãe.

Conseguimos fazer a seção "Blind Ear" com Steve "Lips" Kudlow, que esbanjou simpatia e uma grande paixão pelo Heavy Metal. Algum tempo depois, qual não foi minha surpresa quando a Voice Music lançou o DVD-documentário no mercado brasileiro e vi na capa uma declaração que eu havia feito sobre o material, a pedido de Silvio Golfetti, ex-guitarrista do Korzus e que comanda a gravadora. Assista este DVD e entenda o meu comentário.

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Retrospectiva 2011 - Fatos marcantes




Eles voltaram
O anúncio do retorno do Black Sabbath com a formação original foi o mais saudado pelos fãs. Quarenta anos após lançar o terceiro álbum, Master Of Reality, Ozzy Osbourne, Tony Iommi, Geezer Butler e Bill Ward anunciaram sua volta aos palcos (e ao estúdio!). O comunicado foi feito através do site oficial (blacksabbath.com), que vinha fazendo uma contagem regressiva mostrando a data 11/11/11 até a confirmação oficial.

O grupo alemão Running Wild, que fez muita onda quando se separou e até gravou "o último show da carreira" em 2009, voltou à ativa. O líder Rock'n'Rolf já até anunciou o título do novo álbum, Shadowmaker, sucessor de Rogues En Vogue, lançado há sete anos. Já os suíços do Coroner realizaram o show de reunião no festival "Hellfest" (FRA), em junho. Torço para que efetivamente voltem e toquem no Brasil!

Outros grupos que retomaram os trabalhos foram o At the Gates, Ministry, Morgion e Still Remains. No Brasil, o Retturn (ABC) e o Desaster (SP) voltaram à ativa. O Desaster, após vinte anos, realizou um show em dezembro no Dynamite Puyb (SP), na primeira edição do "Dynametal", que também contou com o Anthares. A formação atual traz o reencontro de seus fundadores, Ricardo Pezão (guitarra) Marco Fallador (baixo e vocal), além de Cláudio Galinha (vocal, ex-Noise), Eduardo Magoo (guitarra, Ex-Rrraict Tuff!!!, Inner Voice) e Evandro Jr. (bateria, Anthares, Skinlepsy).

Eles encerraram a carreira...
Ark, Charon, Devian, God Dethroned, Jag Panzer, Metalium, Symphorce, Dismember e Battlelore. No Brasil, tivemos o fim das atividades das bandas The Ordher e Unliver.

...e eles nos deixaram
Alguns músicos infelizmente nos deixaram em 2011: Phil Kennemore (Y&T), Alexandre França (Warlock/RJ), Gary Moore, Kenzo Shimabokulo (ex-Salário Mínimo), Andrew "Mac" McDermott (ex-Threshold), Jani Lane (ex-Warrant), Taiji Sawada (ex-X Japan e Loudness), Phil Vane (Extreme Noise Terror), Jan Somers (Vengeance), Henrik Ostergaard (Dirty Looks), Don Kirshner (produtor e apresentador de TV), Antônio Rosas Seixas "Manito" (Os Incríveis), Cory Smoot (GWAR), Steve Osborne (Bride), Mike Starr (ex-Alice In Chains), Frankie Sparcello (Exhorder), Scott Columbus (Manowar), Seth Putnam (Anal Cunt) e Michael "Würzel" Burston (Motörhead).

Running Free Again
Paul Di'Anno, que passou dois meses preso após ter sido condenado por fraude no sistema previdenciário britânico, novamente realizou uma extensa turnê pelo Brasil, a "Running Free Again – Brazilian Tour". O set dos shows contou com músicas como Purgatory e Drifter, que o vocalista não costumava tocar e incluiu por causa dos trinta anos do lançamento de Killers (Iron Maiden). Assim como ocorreu nas duas turnês anteriores (2009/2010), a banda de apoio foi o Scelerata.

Desta vez não conseguir ver o show dele, algo que sempre faço questão de fazer porque realmente gosto da fase de Di'Anno no Maiden e de toda a sua carreira solo – Battlezone, Killers e afins. Curioso foi que Paul chegou a reclamar por não ter se apresentado em São Paulo no Manifesto Bar. E o cara ainda arrumou tempo para ir ao Pacaembu ver o jogo do time dele (Corinthians) contra o Botafogo (0 a 2) junto com meu amigo Alexey "Piloto" Tsiftzoglou. Deu azar aquele dia, mas o time dele acabou conquistando o Brasileirão. É, o "Di'Anno da Fiel", que agora se prepara para uma turnê ao lado de Blaze Bayley em 2012 na Rússia, virou brasileiro mesmo!



Visita ao Museu da TAM
Já que citei Alexey "Piloto" Tsiftzoglou, que foi o responsável por trazer a banda inglesa Quireboys ao Brasil, acabei me lembrando de um dia muito legal e diferente. A convite dele e da TAM, pude conhecer o Museu da TAM, em São Carlos (SP). Mais legal ainda foi que naquele dia, 28 de março, o piloto e comandante do Eddie Force One, Bruce Dickinson, esteve lá para visitar um dos maiores museus de aviação do mundo entre os acervos mantidos por empresas privadas. Inaugurado em novembro de 2006, em homenagem aos cem anos do 1º voo de Santos Dummont com o 14 BIS, o Museu da TAM hoje conta com mais de 70 aeronaves históricas.

Neto de um engenheiro da força aérea britânica e apaixonado pela aviação, Dickinson parecia uma criança num parque de diversões. "É um museu fantástico!", repetiu diversas vezes durante a coletiva de imprensa realizada após a visita. Na sequência,  Bruce retornou ao Rio de Janeiro - em voo pilotado por Alexey -, onde realizou aquele show que havia sido remarcado por problemas com a grade de proteção (lembra?) e que impediu a realização da apresentação da banda no dia anterior (27).



Frases
"Nunca estivemos no Brasil, mas sabemos que temos fãs no país e muitos que curtem a época da NWOBHM", Robb Weir (Tygers Of Pan Tang) – ed. #145 (fev, 2011)

"(...) se você percebeu que todo disco do Exciter tem uma faixa mais cadenciada, pode culpar o Sabbath por isso", John Ricci (Exciter) – ed. #145 (fev, 2011)

"Tocamos em Buenos Aires para quase 30 mil pessoas. Acho que escolheram no Brasil uma casa pequena demais (Via Funchal). Poderia ter sido maior", Paul H. Landers (Rammstein) – ed. #146 (mar, 2011)

"Eu tinha aquela ideia de que os fãs do Mr. Big poderiam estar tão de saco cheio de esperar que não iriam aparecer nos shows. Felizmente, eles apareceram... Os antigos e os novos", Eric Martin (Mr. Big) – ed. #146 (mar, 2011)

"Nós todos gostamos do Brasil, não só a banda, mas a nossa equipe inteira curte. E dentro da equipe temos brasileiros", Lemmy (Motörhead) – ed. #146 (mar, 2011)

"A coisa mais difícil é fazer um disco novo soar como os antigos", Mikkey Dee (Motörhead) – ed. #146 (mar, 2011)

"As pessoas falam mais do Sepultura, que teve mais visibilidade internacional, mas o Korzus foi a primeira boa impressão que tive da cena do Metal brasileiro", Schmier (Destruction) – ed. #147 (abr, 2011)

"Eu passaria a vida cantando covers do Motörhead", Tom Angelripper (Sodom) – ed. #147 (abr, 2011)

"Eu compus tendo em mente como as músicas soariam ao vivo e como a plateia poderia reagir. Tentei criar a partir daí, pensando em moshs e nas pessoas batendo cabeça", Nige Rockett (Onslaught) – ed. #148 (mai, 2011)

"Nunca disse que odiava Heavy Metal. Eu ainda curto muito os discos que cresci ouvindo, como os de Judas Priest, Iron Maiden, Ozzy Osbourne, Dio e Metallica", Michael Kiske (Unisonic, ex-Helloween) – ed. #148 (mai, 2011)

"(...) Percebi que ou ia cometer suicídio ou mudaria tudo. Decidi que seguiria em frente. Tinha perdido tudo, estava sozinho e havia me separado de minha segunda esposa. Bebia, usava drogas... Não tinha o que perder. Mas foi a melhor coisa que fiz por mim, pois fez uma grande diferença na minha vida", Marcie Free (Unruly Child, ex-King Kobra) falando sobre sua cirurgia de mudança de sexo – ed. #149 (jun, 2011)

"(...) Todos os lugares que visito para shows e clínicas eu assino discos do Blue Murder e em todas as entrevistas que concedo as pessoas me perguntam sobre a banda. É incrível!", Carmine Appice (King Kobra e outros) – ed. #149 (jun, 2011)

"Aprendi muito sobre música brasileira e também sobre o povo brasileiro. Aprendi português, também. Bem, eu acho que é meio aquele português típico das ruas de Salvador, porque eu passei muito tempo com aqueles 'malucos armados'", Michael Hoffmann (Assassin) – ed. #151 (ago, 2011)

"Eu gosto das músicas, tenho ótimas lembranças daquele período e acho boas as performances individuais daquela gravação. O produto final veio com muito baixo e a mixagem não contribuiu", Ian Gillan (Deep Purple) falando sobre o álbum "Born Again" (Black Sabbath) – ed. #152 (set, 2011)

"É revoltante, também, você ver caras fazendo o sinal do Heavy Metal cantando música com letrinha da Xuxa", Ivan Busic (Dr. Sin) – ed. #154 (nov, 2011)

"Era impensável cogitar que tocaríamos na Rússia naquela fase do comunismo, mas aquele foi um dos momentos mais incríveis da minha vida. Jamais irei esquecer!", Bernie Shaw (Uriah Heep) – ed. #154 (nov, 2011)

"Não pensamos em homenagem e nem em fazer algo baseado no som de Dio ou Black Sabbath. Influências pessoais são legais quando acabam aparecendo sem que você perceba", Rogerio Fernandes (Carro Bomba) – ed. #155 (dez, 2011)

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Retrospectiva 2011 - Shows





Cancelamentos
O ano de 2011 foi marcado por uma maratona de shows absurda, mas também por alguns cancelamentos que frustraram os fãs. A banda norte-americana de Death Metal Master resolveu cancelar sua turnê que aconteceria em maio pelo Brasil e América do Sul. A banda inglesa Anathema cancelou o show que faria em junho em São Paulo. No mês seguinte foi a vez do Danzig, que tocaria no dia 16 de julho em São Paulo e teve o show cancelado "por motivos de força maior".

Já a banda alemã Mad Max iria se apresentar em agosto ao lado da banda brasileira Sunroad, mas o guitarrista e empresário Jurgen Breforth comunicou que o vocalista Michael Vöss não poderia deixar a turnê ao lado de Michael Schenker e cancelou as datas.

O guitarrista George Lynch (Lynch Mob, ex-Dokken), que já havia adiado o show que ocorreria em maio, teve a segunda data no Brasil (25/09) cancelada. Na ocasião, a banda que acompanharia Lynch teria os brasileiros Nando Fernandes (vocal, ex-Hangar e Cavalo Vapor) e os irmãos Andria Busic (baixo e vocal) e Ivan Busic (bateria e vocal), do Dr. Sin.

Quem adiou o show que faria em junho, mas felizmente compareceu meses depois, a 13 de agosto, foi o grupo norte-americano Tuff. Os fãs de Hard Rock tiveram uma grande noite no Inferno Club, na rua Augusta. Semanas depois, o Faster Pussycat – Sleaze até a última instância! – também tocou na mesma casa e fez um dos melhores shows do ano dos considerados de "pequeno porte" – o outro foi o do grupo inglês de Thrash Metal Onslaught, no Manifesto Bar (SP).

O trio alemão Destruction, que tinha turnê marcada em abril, adiou para agosto e cumpriu fazendo uma apresentação como sempre furiosa e energética no Carioca Club (SP). Este foi o mesmo caso da tour do Black Label Society, que ocorreria em maio e passou para agosto, sendo realizado com ótima presença de público.

Fiasco
Não estou falando do Santos na final do Mundial contra o Barcelona, nem da campanha ridícula do meu São Paulo no Brasileirão, mas da turnê brasileira da Symfonia, que teve um saldo amargo para o brasileiro Andre Matos (vocal, ex-Angra, Shaman e Viper) e o guitarrista finlandês Timo Tolkki (guitarra, ex-Stratovarius e Revolution Renaissance).

Mal planejada, com mudanças de datas e pouco público presente, o que poderia ser um ressurgimento do Metal Melódico foi um furo n'água. "Quando estive por dois dias no hotel Fórmula 1 (o mais barato que você pode conseguir em São Paulo) eu me vi na escuridão e pensando no meu futuro como músico", explicou Timo Tolkki que, de tão descontente com o desempenho do então chamado "supergrupo", divulgou uma extensa nota em seu Facebook falando que pode nunca mais voltar a tocar.

Shows (super)lotados
Muitos shows realizados em São Paulo durante o ano de 2011 tiveram grande presença de público, mas a cobertura mais complicada de se fazer foi, sem dúvida, do primeiro show da banda alemã Accept no Brasil, realizado a 15 de maio no Carioca Club (SP) – na semana seguinte ao do U.D.O., no mesmo local. Estava tão (super)lotado que foi difícil até fazer as anotações no bloquinho que costumo levar aos shows. Ninguém nem ousou sair do lugar ou ir buscar uma cerveja durante a apresentação, porque certamente não iria conseguir voltar para o lugar onde estava. Mesmo assim, o set foi intenso e mostrou que o Accept pode retornar sem o menor problema que será bem recebido.

Outro que compareci e estava nitidamente superlotado foi do guitarrista Slash, a 7 de abril no HSBC Brasil. Azar da minha esposa, que é muito fã de Guns N'Roses e pouco conseguiu ver naquela pista infernal do HSBC. Fazia tempo que não via um show com tanta gente saindo desmaiada e sendo levada pelos bombeiros de maca e cadeira de rodas por causa do calor e da superlotação - o nome da turnê era "We're All Gonna Die". E, mais, se a pior casa para se estacionar carro é o HSBC Brasil, imagine como foi nesse dia.

Fui para ver um e vi outro
Quando tive pneumonia pela primeira vez, acabei perdendo o show do Michael Schenker Group em São Paulo. Felizmente, o 'guitar hero' alemão retornou para um show no Manifesto Bar (SP), onde se apresentou em 26 de fevereiro. Como um dos primeiros discos que tive na vida foi "Obsession" (1978) do UFO – adquirido na Woodstock Discos, ainda na galeria da rua José Bonifácio –, estava mais que ansioso para ver Schenker com sua Flying V em ação. E, sim, eu também gosto MUITO da fase McAuley Schenker Group, ao contrário de alguns fãs.

No entanto, atrás dele estava o mestre Carmine Appice. Eu bem que tentei tirar os olhos da bateria enquanto via clássicos como "Armed and Ready", "Cry For The Nation" e "Lets Sleeping Dogs Lie" – uma das minhas preferidas! – e "Ready To Rock", mas instintivamente minhas atenções voltavam ao monstro das baquetas. Felizmente, além de vê-lo tocando, também pude entrevistá-lo meses depois para falar do álbum de retorno do King Kobra – matéria publicada na ed. #149 (jun, 2011).



Até queria ter visto, mas não deu...
Por causa de um compromisso familiar, não vi o show do experiente vocalista Mark Boals, ex-Savoy Brown, Yngwie Malmsteen, Ring Of Fire, Royal Hunt, entre outros projetos. Boals tocou no Blackmore Rock Bar no dia 1º de outubro, ao lado dos irmãos Busic do Dr. Sin, do tecladista Bruno Sá e do guitarrista Hard Alexandre (ex-Madgator). No set, duas preferidas "da casa": Queen In Love e You Don't Remember, I'll Never Forget. Quem sabe um dia ele retorne.

Ah, o compromisso citado foi muito legal, pois no casamento do meu primo Pedro Silva Jr. acabei encontrando outro parente distante, o Adalberto Flávio Rosado Júnior, ex-baterista da banda Abutre – aquela do "SP Metal 2". Imagine quantas histórias e lembranças "old school"...

Shows de "abertura"
Este ano tivemos alguns 'opening-acts' muito interessantes abrindo, ou dividindo as honras, de shows internacionais. No final de março, o The Sweet aqueceu o público presente ao Via Funchal (SP) e que aguardava ansiosamente pelo primeiro show do Journey no Brasil. Dias depois, a 2 de abril, o Sepultura teve a honra de abrir para Ozzy Osbourne e realizou um set intenso e vibrante na Arena Anhembi (SP). Fazia tempo que eu não vibrava realmente vendo o orgulho do Metal brasileiro, mas desta vez eles estavam a mil e tocaram um set bem balanceado.

Em maio foi a vez do Buckcherry, que se apresentou no Credicard Hall (SP) antes do Mötley Crüe, que também pisou pela primeira vez no Brasil. A histeria que vinha ocorrendo entre os fãs de Mötley nas redes sociais enfim se encerrou, mas duvido que o grupo retorne. Tocam em casas abarrotadas, inclusive na América do Sul, mas aqui não conseguiram lotar o Credicard Hall. Uma pena...



Um show em que a abertura superou a atração principal ocorreu em junho, quando o Hirax se apresentou antes do Beehler no Carioca Club (SP). Não que o set da banda comandada pelo ex-baterista do Exciter, Dan Beehler, tivesse sido ruim, mas o som estava péssimo, o que não ocorreu com o grupo liderado por Katon W. De Pena (foto). A única coisa negativa no Hirax é a performance muito fraca de seu atual baterista. Mas Katon W. De Pena, um exemplo de headbanger, apavorou. Como falei no post de 18 de junho, o simpático e atencioso vocalista tirou fotos, agitou, conversou e interagiu com os thrashers presentes. Este é um que pode e deve ser chamado de 'Brother Of Metal'.

O Whitesnake novamente veio ao Brasil abrir shows para o Judas Priest e desta vez foi monstruosamente engolido. David Coverdale deveria pensar seriamente em mudar o set list colocando músicas mais antigas, porque vê-lo tentar cantar "Still Of The Night" é um martírio. Quem esteve na Arena Anhembi (SP) naquele 10 de setembro sabe o que estou falando. Já o Priest, mesmo sem K.K. Downing, detonou!

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Retrospectiva 2011 - Prometeu e cumpriu

King Diamond, que vem sendo o destaque da seção "Background" da ROADIE CREW, havia sido internado às pressas no dia 29 de novembro de 2010 com dores no peito. O vocalista dinamarquês, que foi submetido a uma cirurgia de ponte de safena tripla para desbloquear artérias do coração, tinha planejado voltar aos palcos em 2011.

O ano passou e poucas notícias foram dadas, até que ele felizmente cumpriu sua promessa! King Diamond e o Mercyful Fate foram homenageados pelo Metallica no dia 7 de dezembro, quando a banda tocou no The Fillmore, em São Francisco (EUA).

A série de shows especiais e exclusivos que marcou os 30 anos de carreira do Metallica ainda contou com a presença de Armored Saint, Diamond Head, Marianne Faithfull, Apocalyptica, Lou Reed, Dave Mustaine (Megadeth), Jason Newsted, Scott Ian (Anthrax), Ray Haller (Sweet Savage), John Marshall (ex-Metal Church), Biff Byford (Saxon), Kid Rock, Geezer Butler e Ozzy Osbourne, entre outros.

terça-feira, 9 de agosto de 2011

THE GOOD OLD DAYS – REVIVAL





No post "The Good Old Days" (http://is.gd/oB4is6) relembrei com entusiasmo dos momentos que passei no saudoso Black Jack Rock Bar. Hoje, vendo no YouTube parte da banda Trama tocando "Because The Night" na versão gravada pelo Keel, bateu aquele sentimento saudosista. Como eu queria poder abrir "aquela porta" de novo ou mesmo ter a chance de ver, por somente uma vez mais que fosse, a melhor banda cover de Hard Rock que atuou em São Paulo.

Com tantas brigas entre grupos autorais e covers, muita gente parece ter se esquecido de que sair à noite é sinônimo de diversão. E isso o Trama fazia bem. Era pura festa e entretenimento, condizente com tudo que tem a ver com o Hard Rock dos anos 80. Como falei naquele primeiro post, o Black Jack Bar durou vinte e seis anos, de 1980 a 2006, quando fechou as portas e deixou um gosto amargo para todos que o tinham como sua "segunda casa".

O mais estranho é que eu sabia – naquela época! – que aconteceria comigo a mesma coisa que os mais velhos que frequentavam a casa falavam em relação às bandas mais novas. Bem antes de o Trama fazer a festa Hard por lá, lembro do nosso pessoal reclamando que o som do bar "só" tinha Purple, Rainbow e Whitesnake, bandas que obviamente também curtíamos, mas àquela altura vibrávamos ao som de coisas mais "recentes" – podendo ser das pesadas ou das "posers". Eles estavam deixando duas gerações para trás e nós não conseguíamos entender aquilo direito.

Certo dia, cansados de ouvir pela enésima vez "Long Live Rock 'n' Roll" ou "Stargazer", fomos falar com um dos donos, que era sempre muito gentil: "Pô, será que nem Judas Priest dá pra rolar aqui?" Um amigo dele rebateu: "Cara, isso é pesado. Se quer ouvir essas coisas, vá a outro pico." Ok, engolimos e nunca mais nem olhamos para a cara daquele "velho fã de Rainbow". Ah, o maldito choque de gerações. Eu sabia que isso ia acontecer.

Hoje, toda vez que os mais novos falam comigo sobre Lamb Of God, Shadows Fall, Killswitch Engage, Unearth, As I Lay Dying, Trivium e outros, me pego pensando naquele dia que falamos com o "velho fã de Rainbow". Claro que jamais terei a mesma atitude que ele teve, mesmo porque preciso conhecer e ouvir todas estas bandas pela função que exerço profissionalmente. Por outro lado, agora entendo o que se passava pela cabeça dele. Não vou me forçar a gostar do que não consigo gostar. Simplesmente não entra, não desce. Mas, saiba, por mais "mente aberta" que seja, você ainda vai passar por isso em algum momento, se é que já não passou.

O fundamental é conhecer, reconhecer e aceitar, por mais que não desça, que os tempos são outros. Afinal, até o filho do vocalista do Iron Maiden não canta como o pai, mas exatamente como os grupos da tendência que agora está na moda: MetalCore. O que fica de lição: tratar bem os outros nunca faz mal a ninguém. E o sonho de abrir "aquela porta" é mesmo um sonho.