Cancelamentos
O ano de 2011 foi marcado por uma maratona de shows absurda, mas também por alguns cancelamentos que frustraram os fãs. A banda norte-americana de Death Metal Master resolveu cancelar sua turnê que aconteceria em maio pelo Brasil e América do Sul. A banda inglesa Anathema cancelou o show que faria em junho em São Paulo. No mês seguinte foi a vez do Danzig, que tocaria no dia 16 de julho em São Paulo e teve o show cancelado "por motivos de força maior".
Já a banda alemã Mad Max iria se apresentar em agosto ao lado da banda brasileira Sunroad, mas o guitarrista e empresário Jurgen Breforth comunicou que o vocalista Michael Vöss não poderia deixar a turnê ao lado de Michael Schenker e cancelou as datas.
O guitarrista George Lynch (Lynch Mob, ex-Dokken), que já havia adiado o show que ocorreria em maio, teve a segunda data no Brasil (25/09) cancelada. Na ocasião, a banda que acompanharia Lynch teria os brasileiros Nando Fernandes (vocal, ex-Hangar e Cavalo Vapor) e os irmãos Andria Busic (baixo e vocal) e Ivan Busic (bateria e vocal), do Dr. Sin.
Quem adiou o show que faria em junho, mas felizmente compareceu meses depois, a 13 de agosto, foi o grupo norte-americano Tuff. Os fãs de Hard Rock tiveram uma grande noite no Inferno Club, na rua Augusta. Semanas depois, o Faster Pussycat – Sleaze até a última instância! – também tocou na mesma casa e fez um dos melhores shows do ano dos considerados de "pequeno porte" – o outro foi o do grupo inglês de Thrash Metal Onslaught, no Manifesto Bar (SP).
O trio alemão Destruction, que tinha turnê marcada em abril, adiou para agosto e cumpriu fazendo uma apresentação como sempre furiosa e energética no Carioca Club (SP). Este foi o mesmo caso da tour do Black Label Society, que ocorreria em maio e passou para agosto, sendo realizado com ótima presença de público.
Fiasco
Não estou falando do Santos na final do Mundial contra o Barcelona, nem da campanha ridícula do meu São Paulo no Brasileirão, mas da turnê brasileira da Symfonia, que teve um saldo amargo para o brasileiro Andre Matos (vocal, ex-Angra, Shaman e Viper) e o guitarrista finlandês Timo Tolkki (guitarra, ex-Stratovarius e Revolution Renaissance).
Mal planejada, com mudanças de datas e pouco público presente, o que poderia ser um ressurgimento do Metal Melódico foi um furo n'água. "Quando estive por dois dias no hotel Fórmula 1 (o mais barato que você pode conseguir em São Paulo) eu me vi na escuridão e pensando no meu futuro como músico", explicou Timo Tolkki que, de tão descontente com o desempenho do então chamado "supergrupo", divulgou uma extensa nota em seu Facebook falando que pode nunca mais voltar a tocar.
Shows (super)lotados
Muitos shows realizados em São Paulo durante o ano de 2011 tiveram grande presença de público, mas a cobertura mais complicada de se fazer foi, sem dúvida, do primeiro show da banda alemã Accept no Brasil, realizado a 15 de maio no Carioca Club (SP) – na semana seguinte ao do U.D.O., no mesmo local. Estava tão (super)lotado que foi difícil até fazer as anotações no bloquinho que costumo levar aos shows. Ninguém nem ousou sair do lugar ou ir buscar uma cerveja durante a apresentação, porque certamente não iria conseguir voltar para o lugar onde estava. Mesmo assim, o set foi intenso e mostrou que o Accept pode retornar sem o menor problema que será bem recebido.
Outro que compareci e estava nitidamente superlotado foi do guitarrista Slash, a 7 de abril no HSBC Brasil. Azar da minha esposa, que é muito fã de Guns N'Roses e pouco conseguiu ver naquela pista infernal do HSBC. Fazia tempo que não via um show com tanta gente saindo desmaiada e sendo levada pelos bombeiros de maca e cadeira de rodas por causa do calor e da superlotação - o nome da turnê era "We're All Gonna Die". E, mais, se a pior casa para se estacionar carro é o HSBC Brasil, imagine como foi nesse dia.
Fui para ver um e vi outro
Quando tive pneumonia pela primeira vez, acabei perdendo o show do Michael Schenker Group em São Paulo. Felizmente, o 'guitar hero' alemão retornou para um show no Manifesto Bar (SP), onde se apresentou em 26 de fevereiro. Como um dos primeiros discos que tive na vida foi "Obsession" (1978) do UFO – adquirido na Woodstock Discos, ainda na galeria da rua José Bonifácio –, estava mais que ansioso para ver Schenker com sua Flying V em ação. E, sim, eu também gosto MUITO da fase McAuley Schenker Group, ao contrário de alguns fãs.
No entanto, atrás dele estava o mestre Carmine Appice. Eu bem que tentei tirar os olhos da bateria enquanto via clássicos como "Armed and Ready", "Cry For The Nation" e "Lets Sleeping Dogs Lie" – uma das minhas preferidas! – e "Ready To Rock", mas instintivamente minhas atenções voltavam ao monstro das baquetas. Felizmente, além de vê-lo tocando, também pude entrevistá-lo meses depois para falar do álbum de retorno do King Kobra – matéria publicada na ed. #149 (jun, 2011).
Até queria ter visto, mas não deu...
Por causa de um compromisso familiar, não vi o show do experiente vocalista Mark Boals, ex-Savoy Brown, Yngwie Malmsteen, Ring Of Fire, Royal Hunt, entre outros projetos. Boals tocou no Blackmore Rock Bar no dia 1º de outubro, ao lado dos irmãos Busic do Dr. Sin, do tecladista Bruno Sá e do guitarrista Hard Alexandre (ex-Madgator). No set, duas preferidas "da casa": Queen In Love e You Don't Remember, I'll Never Forget. Quem sabe um dia ele retorne.
Ah, o compromisso citado foi muito legal, pois no casamento do meu primo Pedro Silva Jr. acabei encontrando outro parente distante, o Adalberto Flávio Rosado Júnior, ex-baterista da banda Abutre – aquela do "SP Metal 2". Imagine quantas histórias e lembranças "old school"...
Shows de "abertura"
Este ano tivemos alguns 'opening-acts' muito interessantes abrindo, ou dividindo as honras, de shows internacionais. No final de março, o The Sweet aqueceu o público presente ao Via Funchal (SP) e que aguardava ansiosamente pelo primeiro show do Journey no Brasil. Dias depois, a 2 de abril, o Sepultura teve a honra de abrir para Ozzy Osbourne e realizou um set intenso e vibrante na Arena Anhembi (SP). Fazia tempo que eu não vibrava realmente vendo o orgulho do Metal brasileiro, mas desta vez eles estavam a mil e tocaram um set bem balanceado.
Em maio foi a vez do Buckcherry, que se apresentou no Credicard Hall (SP) antes do Mötley Crüe, que também pisou pela primeira vez no Brasil. A histeria que vinha ocorrendo entre os fãs de Mötley nas redes sociais enfim se encerrou, mas duvido que o grupo retorne. Tocam em casas abarrotadas, inclusive na América do Sul, mas aqui não conseguiram lotar o Credicard Hall. Uma pena...
Um show em que a abertura superou a atração principal ocorreu em junho, quando o Hirax se apresentou antes do Beehler no Carioca Club (SP). Não que o set da banda comandada pelo ex-baterista do Exciter, Dan Beehler, tivesse sido ruim, mas o som estava péssimo, o que não ocorreu com o grupo liderado por Katon W. De Pena (foto). A única coisa negativa no Hirax é a performance muito fraca de seu atual baterista. Mas Katon W. De Pena, um exemplo de headbanger, apavorou. Como falei no post de 18 de junho, o simpático e atencioso vocalista tirou fotos, agitou, conversou e interagiu com os thrashers presentes. Este é um que pode e deve ser chamado de 'Brother Of Metal'.
O Whitesnake novamente veio ao Brasil abrir shows para o Judas Priest e desta vez foi monstruosamente engolido. David Coverdale deveria pensar seriamente em mudar o set list colocando músicas mais antigas, porque vê-lo tentar cantar "Still Of The Night" é um martírio. Quem esteve na Arena Anhembi (SP) naquele 10 de setembro sabe o que estou falando. Já o Priest, mesmo sem K.K. Downing, detonou!
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