O Tankard surgiu em 1982 na cidade de Frankfurt (ALE) e já com a primeira Demo, "Alchoholic Metal", conseguiu um contrato com a Noise Records, em 1985. No ano seguinte, Gerre Gesang (vocal), Oliver Werner (bateria), Axel Katzmann e Andy Bulgaropulos (guitarras) e Frank Thorwarth (baixo) gravaram o primeiro trabalho, "Zombie Attack". Na seqüência, lançaram "Chemical Invasion" e a boa receptividade fez com que o nome da banda subisse na cena do Thrash Metal. Nada mudou a atitude destes alemães, que sempre preferem o bom humor, "reuniões" diárias em pubs e, claro, tocar. Os anos passaram e foram soltando seus trabalhos – "The Morning After" (1988), "The Meaning Of Life" (1990), "Fat, Ugly And Live" (ao vivo, 1991), "Stone Cold Somber" (1992) e "Two Faced" (1993). Depois de uma mudança na formação, com a entrada do baterista Olaf Zissel e a saída de Katzmann, saiu o ótimo "The Tankard", álbum mais consciente e maduro. Em 1997, já pela Century Media, soltaram "Disco Destroyer", uma volta às raízes. Depois, Andy Grutjar (ex-Lightmare) foi escolhido para ocupar a vaga de Katzmann. Com este line-up, gravaram uma música comemorativa ao centenário do Eintracht Frankfurt, clube de futebol do qual torcem e também entraram no Tributo ao Accept, com a faixa "Son Of A Bitch". No ano passado soltaram "Kings Of Beer", que transmite o que é o Tankard: Thrash Metal, Punk Rock, cerveja, bom humor e ironia. Saiba um pouco mais na entrevista com o vocalista Gerre.
Você foi forçado a cancelar a turnê do "Kings Of Beer" por causa de problemas de saúde. Como você se sente atualmente, está apto para fazer shows?
Gerre: Tive muitos problemas de saúde mas agora estou melhorando. Começaremos a tocar em abril próximo, mas serão poucas apresentações. Depois, faremos alguns shows nos festivais de verão na Alemanha.
"Kings Of Beer" tem uma sonoridade típica da velha escola do Thrash Metal, com um pouco de Punk Rock e Hardcore. Como você o compararia com o 'debut', "Zombie Attack"?
Gerre: Oh, é muito difícil comparar estes dois álbuns, mas eles têm capas e títulos diferentes (risos). Acredito que em "Kings Of Beer" as raízes do Thrash Metal estão mais presentes e nos divertimos fazendo-o. Estamos totalmente dentro deste contexto musical, somente isto.
"Zombie Attack" foi lançado em 1996. Como você analisa a cena do Metal atual com aquela época?
Gerre: Acho que a cena era mais forte naqueles dias, você tinha mais lugares e estava apto a ouvir Metal. Hoje em dia nós ainda estamos tendo muitos shows e existem muitas pessoas que compram CDs de Metal. A grande diferença é que estamos mais velhos e gordos desde que começamos nos anos 80.
Por que o guitarrista Axel e o baterista Oliver deixaram a banda?
Gerre: Oliver saiu porque queria fazer outro tipo de música e Axel estava com problemas em suas mãos e não pôde mais continuar.
O Tankard nunca figurou na cena do Metal como fizeram bandas como Destruction, Sodom e Kreator. Qual foi a razão principal para que isto ocorresse?
Gerre: Você está certo, nunca alcançamos o mesmo patamar que eles na Europa ou na América, mas na Alemanha o Tankard se enquadra entre as 4 melhores bandas de Thrash Metal. Nunca fizemos uma turnê pelos Estados Unidos e talvez seja esta a razão, além do mais somos tão feios...
Você concorda que "The Tankard" é o melhor álbum da banda?
Gerre: É o melhor álbum musicalmente, mas ninguém se interessou por ele e a capa também era horrível. Mesmo assim, ainda tocamos em nossos shows algumas músicas deste álbum, como "Atomic Twilight" e "Minds on the Moon".
As letras sempre tiveram ligação com o humor ácido, ironia explícita e problemas sociais. Você acredita que este é o diferencial do Tankard em relação a outras bandas, usar o humor em suas letras?
Gerre: Sim, também acho. Sempre fomos uma banda bem humorada, nossa atitude é mesmo esta. Não nos levamos tão a sério e você pode perceber isto em suas letras ou quando fazemos nossos shows. A coisa mais importante para nós é o humor!
E quanto ao projeto Tankwart? Você tem planos para gravar outro álbum?
Gerre: No momento não temos nada planejado neste sentido. Os outros integrantes da banda preferem tocar suas próprias coisas.
Quais bandas você está ouvindo atualmente?
Gerre: Prefiro ouvir coisas mais antigas dos anos 80, como Overkill, Anvil, Exodus e também ouço bandas como Nevermore, Jag Panzer e muitas outras. Sou realmente um fã de Metal.
Como foi a gravação para o tributo ao Accept? Quem escolheu a faixa "Son Of A Bitch"?
Gerre: O período de gravações foi muito proveitoso, nos divertimos muito. Escolhemos esta música em particular porque ela era uma das que estavam deixando de lado, mas acredito que fizemos uma versão engraçada de um clássico do Metal.
O que você sabe sobre o Brasil? Existem planos para tocar e beber cervejas por aqui?
Gerre: Conheço o Carnaval e alguns jogadores de futebol que jogam na Alemanha. Ah, também sei que existem muitas mulheres bonitas e o Sepultura, é claro. Nós queremos muito ir ao Brasil para tocar e bebermos umas cervejas, mas não tivemos nenhuma oferta até o momento. Talvez você possa nos ajudar...
Entrevista publicada na edição #27 da revista ROADIE CREW (março de 2001)
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