Com o lançamento de seu quarto álbum, o conceitual Window Dressing, a banda norte-americana Tiles, formada atualmente por Chris Herin (guitarra), Paul Rarick (vocal), Jeff Whittle (baixo), Pat DeLeon (bateria), vem chamando a atenção dos fãs do Prog Rock/Metal e recuperando seu espaço, já que após o álbum Presents Of Mind havia ficado cinco anos sem gravar. E este mais recente lançamento foi produzido por Terry Brown (Rush, Fates Warning) e teve a arte da capa a cargo de Hugh Syme (Aerosmith, Rush, Megadeth), atrativos a mais para a sonoridade intrincada que sempre foi a base da carreira do Tiles, iniciada na cidade de Detroit, em meados de 1992. Chris Herin conta mais...
Faça um breve resumo sobre a banda para quem ainda não teve oportunidade de conhecê-los.
Chris Herin: O baterista original, Mark Evans, e eu literalmente juntamos os pedaços para começar algo novo. Isto ocorreu por volta de 1992 e no final do ano seguinte veio o vocalista Paul Rarick. Para o primeiro álbum, contamos com a ajuda de um baixista amigo nosso, já que ainda não tínhamos conseguido encontrar um fixo, que só veio a acontecer no final de 1993, com a entrada de Jeff Whittle. Alguns anos depois, no começo de 1997, acabamos trocando de baterista, com a entrada de Pat DeLeon. Desde então não mudamos mais.
Chris Herin: O baterista original, Mark Evans, e eu literalmente juntamos os pedaços para começar algo novo. Isto ocorreu por volta de 1992 e no final do ano seguinte veio o vocalista Paul Rarick. Para o primeiro álbum, contamos com a ajuda de um baixista amigo nosso, já que ainda não tínhamos conseguido encontrar um fixo, que só veio a acontecer no final de 1993, com a entrada de Jeff Whittle. Alguns anos depois, no começo de 1997, acabamos trocando de baterista, com a entrada de Pat DeLeon. Desde então não mudamos mais.
O que pode falar a respeito do nome? Algum significado especial por terem escolhido Tiles ("telhas")?
Chris: O nome não tem nenhum significado especial, apenas nos chamou a atenção, através de uma música do Led Zeppelin, a Out On The Tiles, e acabamos escolhendo-o. Queríamos algo curto e combinou!
Chris: O nome não tem nenhum significado especial, apenas nos chamou a atenção, através de uma música do Led Zeppelin, a Out On The Tiles, e acabamos escolhendo-o. Queríamos algo curto e combinou!
O Tiles lançou ano passado o álbum Window Dressing. Por que vocês lançaram apenas quatro trabalhos em mais de onze anos de carreira?
Chris: O grande hiato ocorreu entre o Presents Of Mind e o Window Dressing, pois se passaram cinco anos. Muito disso teve a ver com circunstâncias pessoais, problemas familiares, como morte e outras coisas que não deixaram que nossa agenda transcorresse com normalidade. Mesmo assim, fomos capazes de evoluir e até mesmo expandir nossa popularidade. Isto foi bom, para que continuássemos a nossa busca em ter um som único. Passamos este tempo compondo e muita coisa até ficou de fora do Window Dressing, que até poderão constar no próximo álbum.
Você falou que a popularidade aumentou, mas o Tiles ainda não está no mesmo patamar de bandas que tocam mais ou menos o mesmo estilo, concorda?
Chris: Eu sei que ainda não conseguimos chegar no topo. Não tenho explicações! Talvez não tenhamos conseguido captar os melhores momentos na época do Presents Of Mind e na turnê ao lado do Dream Theater. Não tenho dúvida que para os negócios esse intervalo de cinco anos tenha sido ruim, mas não tínhamos como trabalhar com tantas coisas que aconteceram em nossas vidas naquela época. Mas agora estamos recuperados e a todo vapor para aumentar nossa base de fãs!
Falando a respeito do Window Dressing, vocês contaram com a produção de Terry Brown (Rush, Fates Warning). Qual é a maior diferença e as vantagens em trabalhar com um produtor de renome?
Chris: Antes de qualquer coisa, trabalhar com ele foi realmente estimulante, pois qualquer fã de Prog conhece o Terry Brown e gosta do som do Rush, Fates Warning, Max Webster e outras com quem ele trabalhou. Trabalhar com uma pessoa desse calibre foi uma experiência incrível, apesar da pressão de tê-lo no comando. Ele sabe como levar as coisas e tirar o máximo do potencial de um músico, sendo um ótimo apaziguador de tensões, especialmente quando se tem que julgar a performance de alguém. Houve uma enorme diferença de quando produzimos e precisávamos dele para organizar algumas partes que estavam faltando. É óbvio que se pode confiar no julgamento de alguém como Terry.
Mas a banda sofreu algum tipo de influência extra do Rush por estarem trabalhando com Terry Brown? Digo isto por causa de faixas como Remember To Forget e All She Knows.
Chris: Quando contratamos Terry deixamos bem claro que não estávamos tentando copiar o Rush e que esta não era e nem nunca foi nossa intenção. Claro que temos influência e não podemos negá-la, mas queríamos minimizar isto. Quando estávamos fazendo a pré-produção ele fez vários comentários a respeito das músicas, especialmente para reduzir esta nossa inclinação ao som do Rush. Não sei se podemos culpar Terry por esta óbvia semelhança, pois isto é uma coisa interna da banda. Eu aprendi este estilo de guitarra por causa do Rush e também temos um baterista que se ocupa bastante (risos). Na verdade, quase todo o baterista de Rock cita o Neli Peart como influência. Terry comentou sempre que nosso som não era tipicamente Rush, mas concordou que a All She Knows era a que mais soava semelhante. Nesta você acertou e não temos como negar!
A faixa-título é uma das mais interessantes do CD porque ninguém imagina que uma música com dezessete minutos pode empolgar tanto! Qual foi o método usado para esta composição?
Chris: Esta é a nossa música mais longa e depois dela vem a Checkerboards, que tem mais de quatorze minutos e está no álbum Fence The Clear. Não tínhamos e nem temos um método específico, mas apenas um formato inicial. Sabíamos que acabaria saindo uma música longa. Acho que levamos quase um ano para criá-la, porque não fizemos uma simples colagem de partes, quisemos que fosse cheia de emoções, com diferentes texturas e atmosferas.
Você acredita que as faixas instrumentais têm alguma relação com o conceito de Window Dressing?
Chris: Como o álbum é conceitual geralmente as instrumentais são como um respiro entre as faixas, mas acredito que os duetos de violino e piano são capazes de captar o conceito do Window Dressing, que é essencialmente relacionado à sociedade e a relações interpessoais. Quisemos falar desta vez que hoje a tendência e o estilo estão sobrepondo a substância, porque enquanto uma coisa é considerada legal todo mundo cria o hábito de usar ou apóia, sem querer saber a fundo ou tentar achar o significado.
Qual a conexão entre o tema e a bela arte da capa, elaborada por Hugh Syme?
Chris: O título pode se encarado como vestir algo para parecer melhor do que é e por isso foi mostrada a manequim na loja, que apesar de ter toda aquela aparência bela e real, é de plástico. E está colocada naquele prédio feio, mas ninguém atenta para ele e sim para a manequim. Cada um pode ter sua própria interpretação e isto dá um charme a mais para a capa.
Chris: O título pode se encarado como vestir algo para parecer melhor do que é e por isso foi mostrada a manequim na loja, que apesar de ter toda aquela aparência bela e real, é de plástico. E está colocada naquele prédio feio, mas ninguém atenta para ele e sim para a manequim. Cada um pode ter sua própria interpretação e isto dá um charme a mais para a capa.
O Tiles toca Progressive Rock, mas o que você pensa a respeito de ser colocado lado a lado com nomes como Dream Theater, ARK, Evergrey e Threshold?
Chris: Acho que a gravadora às vezes exagera nesse significado porque não usamos elementos tão pesados como o Dream Theater ou o Evergrey, por exemplo. Sendo assim, poderiam nos chamar de Progressive Hard Rock. Não temos como controlar como as pessoas vão nos classificar, mas posso dizer que nunca tivemos intenção de ser Prog Metal. Isto não quer dizer que eu não curta o som, mas não escuto muito. Ouvi o novo do Dream Theater e gostei muito, mas eu vou mais para o lado do Progressivo, de nomes como Spock's Beard, Rush, Kansas, Genesis, Yes, King Crimson e Jethro Tull. Todos temos um 'background' diversificado! O nosso baterista é o mais Metal, mas todos somos fãs do Iron Maiden. É uma mistura interessante!
Entrevista publicada na edição #73 da revista ROADIE CREW (fevereiro de 2005)
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