terça-feira, 9 de agosto de 2011

THE GOOD OLD DAYS – REVIVAL





No post "The Good Old Days" (http://is.gd/oB4is6) relembrei com entusiasmo dos momentos que passei no saudoso Black Jack Rock Bar. Hoje, vendo no YouTube parte da banda Trama tocando "Because The Night" na versão gravada pelo Keel, bateu aquele sentimento saudosista. Como eu queria poder abrir "aquela porta" de novo ou mesmo ter a chance de ver, por somente uma vez mais que fosse, a melhor banda cover de Hard Rock que atuou em São Paulo.

Com tantas brigas entre grupos autorais e covers, muita gente parece ter se esquecido de que sair à noite é sinônimo de diversão. E isso o Trama fazia bem. Era pura festa e entretenimento, condizente com tudo que tem a ver com o Hard Rock dos anos 80. Como falei naquele primeiro post, o Black Jack Bar durou vinte e seis anos, de 1980 a 2006, quando fechou as portas e deixou um gosto amargo para todos que o tinham como sua "segunda casa".

O mais estranho é que eu sabia – naquela época! – que aconteceria comigo a mesma coisa que os mais velhos que frequentavam a casa falavam em relação às bandas mais novas. Bem antes de o Trama fazer a festa Hard por lá, lembro do nosso pessoal reclamando que o som do bar "só" tinha Purple, Rainbow e Whitesnake, bandas que obviamente também curtíamos, mas àquela altura vibrávamos ao som de coisas mais "recentes" – podendo ser das pesadas ou das "posers". Eles estavam deixando duas gerações para trás e nós não conseguíamos entender aquilo direito.

Certo dia, cansados de ouvir pela enésima vez "Long Live Rock 'n' Roll" ou "Stargazer", fomos falar com um dos donos, que era sempre muito gentil: "Pô, será que nem Judas Priest dá pra rolar aqui?" Um amigo dele rebateu: "Cara, isso é pesado. Se quer ouvir essas coisas, vá a outro pico." Ok, engolimos e nunca mais nem olhamos para a cara daquele "velho fã de Rainbow". Ah, o maldito choque de gerações. Eu sabia que isso ia acontecer.

Hoje, toda vez que os mais novos falam comigo sobre Lamb Of God, Shadows Fall, Killswitch Engage, Unearth, As I Lay Dying, Trivium e outros, me pego pensando naquele dia que falamos com o "velho fã de Rainbow". Claro que jamais terei a mesma atitude que ele teve, mesmo porque preciso conhecer e ouvir todas estas bandas pela função que exerço profissionalmente. Por outro lado, agora entendo o que se passava pela cabeça dele. Não vou me forçar a gostar do que não consigo gostar. Simplesmente não entra, não desce. Mas, saiba, por mais "mente aberta" que seja, você ainda vai passar por isso em algum momento, se é que já não passou.

O fundamental é conhecer, reconhecer e aceitar, por mais que não desça, que os tempos são outros. Afinal, até o filho do vocalista do Iron Maiden não canta como o pai, mas exatamente como os grupos da tendência que agora está na moda: MetalCore. O que fica de lição: tratar bem os outros nunca faz mal a ninguém. E o sonho de abrir "aquela porta" é mesmo um sonho.