quinta-feira, 26 de abril de 2012

Maloik: 15º episódio terá especial 'Metal Open Air'

O 15º episódio do mais novo programa de entretenimento dedicado a música pesada, MALOIK, propõe uma reflexão em sua edição que vai ao ar na próxima terça-feira, dia 1º de maio. Este será um programa totalmente dedicado ao "M.O.A." (Metal Open Air), mas não da maneira como imaginada: uma celebração ao Heavy Metal. O programa está em um formato especial, excepcionalmente sem alguns quadros habituais como "Helraiser", o jogo "Heaven & Hell" e o "Desafio de Bandas".

A Tough Girl, Fernanda Lira, esteve com a equipe do MALOIK em São Luís e conferiu tudo o que rolou e não no "M.O.A.", colhendo impressões de músicos do Exodus, Exciter, Almah, entre outros, e do público.

E Ricardo Batalha, no quadro de debates "Campo de Batalha", conduziu uma conversa reveladora sobre os bastidores do evento com Dick Siebert, baixista do Korzus, que tocou no evento; e Amilcar Christófaro, baterista do Torture Squad e apresentador do Maloik, que estava no cast de bandas, mas não se apresentou no festival.

O MALOIK vai ao ar todas as terças, às 23:58, (two minutes to midnight) pelo canal 14 da NET no ABC de São Paulo, ou pode ser assistido pelo site www.maloik.com.br

Acesse http://www.maloik.com.br para conferir como foram os últimos episódios e participar das enquetes.

Mais Informações:
http://www.maloik.com.br
http://www.facebook.com/maloikmetal
maloik@maloik.com.br
neuronfilmes@neuronbrasil.com.br

Veja abaixo o 14º episódio:

segunda-feira, 23 de abril de 2012

At MOA...




Quando o fanzine ROADIE CREW surgiu, em julho de 1994, eu estava em plena recuperação de um grave acidente automobilístico ocorrido em março daquele ano, que me causou a perda total da visão do olho esquerdo e a implantação de uma placa de titânio na mão direita. Pois bem, segui vivendo muito bem com isso mas, no último mês de março, voltei a ter problemas sérios com o olho, por causa de uma infecção. Passei mais de um mês em casa, sem poder sair. Com isso, perdi a intensa maratona de shows e eventos realizados entre março e abril, que bateram o recorde. Perdi todos, mas no fundo estava contente porque jamais a nossa cena havia visto tantos shows e presenças ilustres num espaço de tempo tão curto. Enfim podíamos nos orgulhar e dizer que hoje o fã tem que escolher em qual evento comparecer, pois muitos ocorrem no mesmo dia. Ah, que sonho, "viramos" a Europa e os Estados Unidos. Opa, pode parar... Não viramos.

Na época em que a ROADIE CREW começou a fazer coberturas de eventos internacionais o pensamento era o seguinte: 'se os festivais de Metal não vêm mais ao Brasil, vamos a eles!'. Tal decisão foi tomada primeiro para mostrar ao público brasileiro como eram realizados grandes shows de Heavy Metal no exterior e também pela forma atenciosa com que os produtores estrangeiros nos recebiam, algo totalmente diferente do que ocorria (ocorria?!) em nosso país. Por aqui ainda acham que basta dar um ingresso de pista para um profissional e ele que se vire. Pena que poucos sabem o que é um repórter que trabalha com música. Pensam que é apenas um fã de determinada banda que vai entrar de graça no show e depois escrever para a uma revista ou site. Parece engraçado, mas não é. Este pensamento pequeno limita muito quem efetivamente quer e precisa trabalhar.

Conferir shows inesquecíveis dá aquele sentimento de vitória no lado fã, pois claramente você se realiza em megaeventos como "Wacken", "Gods Of Metal", "Dynamo Open Air", entre tantos outros muito bem organizados. Porém, quando se está ao lado de jornalistas do mundo inteiro, sendo tratado efetivamente como profissional que atua no meio do Heavy Metal, aquilo causa um misto de orgulho e tristeza. Orgulho por sentir que no exterior há uma indústria atuante da música pesada e que você está inserido nela e tristeza por perceber que isto está bem longe de acontecer no Brasil. O "Metal Open Air" foi um exemplo caótico de que ainda estamos engatinhando.

Nestes últimos dias, todo mundo leu e viu as notícias lamentáveis sobre o evento, que sofreu cancelamento em massa das atrações e depois nem pôde ter prosseguimento. Porém, sabemos que aquele maldito estigma de que os fãs de Heavy Metal "quebram tudo" nunca foi verdadeiro. Queira mesmo saber quem veio com essa ideia imbecil e falsa de que fãs de Metal são arruaceiros que destroem as casas de shows. Todos os dias temos que nos justificar. Sempre tem alguém falando besteira e inverdades sobre quem anda de preto, quem usa visual carregado, quem tem cabelos compridos e por aí vai. Só que, ao contrário do que alguns alarmistas previam em meio ao caos do "Metal Open Air", o público, já tão derrotado, saiu sem "quebrar tudo". E quer saber, deram um exemplo de civilidade. Até li gente dizendo que eram "muito passivos" nessas horas. Passivos? O sentimento destas pessoas que viajaram de longe, gastaram suas economias e se endividaram por causa de um sonho, foi como se o Brasil tivesse perdido 20 finais de Copa do Mundo seguidas!

Em meio ao cheiro de merda, o descaso e a tragédia anunciada, restou o prejuízo financeiro, a indignação e a decepção de pessoas que sempre sonharam em ver um megaevento. Os fãs de Heavy Metal são consumidores ativos e interessados, pessoas das mais variadas faixas etárias, cor, raça, classe social e que, apesar de não terem uma filosofia a ser seguida, demonstram uma coisa que muitos deixaram para traz: fidelidade. E estes pedem apenas uma coisa: respeito. Hoje eles choram, você chora e eu choro.

Foto: Maicon Leite