sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Quando não era normal ir a um show em estádio

Toda vez que passava na frente da loja de roupas Casas Priba - Artefatos e de Tecidos Ltda., que ficava na esquina da rua José Bonifácio com a Senador Paulo Egídio no Centro de São Paulo, via na vitrine uma jaqueta de couro preta e ficava me imaginando usando-a. Só que não havia meio de fazer meu pai comprá-la. A amizade dele com o dono da loja, o polonês Seu Miguel, me fez ficar mais animado e na esperança de que enfim iria conseguir minha primeira jaqueta para colocar os 'buttons' do Black Sabbath, Scorpions e AC/DC que havia comprado na Woodstock Discos, famosa loja que também ficava na rua José Bonifácio. Por sinal, toda vez que ia na Woodstock eu passava pela Casas Priba e perguntava ao Seu Miguel se aquela jaqueta tinha sido vendida. A resposta era sempre a mesma: "Ainda não garoto, ela está esperando por você". A ansiedade só aumentava. Afinal, qual bom fã de Metal/Rock anda sem visual?

Quando houve o anúncio do show do Kiss no Brasil dei o ultimato, inventando algo que pudesse ter mais impacto: "Pai, se eu não for no show do Kiss com uma jaqueta de couro podem me bater. Não existe roqueiro que não tenha uma jaqueta preta e eu vi vários caras tomando uns tapas no show do Van Halen no ginásio do Ibirapuera. Só que o do Kiss será muito maior: no estádio do Morumbi!". Pronto. Consegui convencê-lo e saí todo contente da loja do Seu Miguel com a minha jaqueta de couro preta. Aquilo parecia minha armadura de super-herói e fazia-me sentir mais adulto e com uma postura mais 'rocker'. O problema é que com treze/quatorze anos de idade você pode ter a jaqueta de couro que quiser, mas ainda é muito novo para tomar as decisões sozinho. A partir daí uma segunda batalha se iniciava. Eu precisava convencer meus pais a me deixarem ir ao show do Kiss no estádio Cícero Pompeu de Toledo, o Morumbi.

O cenário nacional do Rock pesado era bem atrasado e para as bandas estrangeiras de Heavy Metal/Hard Rock o Brasil sequer existia no mapa. Após a vinda de nomes como Alice Cooper em 1974, Genesis em 1977, Queen em 1981 e Van Halen em janeiro de 1983, o primeiro megashow repleto de efeitos pirotécnicos que os brasileiros efetivamente iriam conferir seria justamente o do Kiss. Todos queriam ver de perto aquele circo. Seria uma aventura inesquecível e eu disparava meus argumentos todos os dias em casa. "Pai, sou fã do Kiss e vou no Morumbi toda semana com você nos jogos do São Paulo desde 1975! Portanto, estou acostumado a ir no estádio e show de Rock não tem briga de torcida". A resposta dele era simples: "Como você sabe se não tem perigo se nunca foi a um show em estádio?". Eu rebatia: "Você não lembra do Queen no Morumbi, que até você elogiou?". E ele respondia: "Elogiei o Queen e o Frank Sinatra quando tocaram em estádios, mas esse Kiss é diferente. Vamos ver...". A "batalha" para convencer o Dr. Batalha prosseguia...

As reportagens sensacionalistas antes da vinda do quarteto mascarado, que àquela altura contava com Paul Stanley, Vinnie Vincent, Eric Carr e Gene Simmons, só atrapalhavam. Fanáticos religiosos acusavam a banda de satanista, enquanto outros juravam que o Kiss "matava pintinhos" e sacrificava animais no palco. Isso sem contar nos comentários mirabolantes a respeito da língua de Gene Simmons e sobre a origem do nome do grupo. Todavia, para quem já era fã aquilo era ainda mais desafiador.

A declaração de Gene Simmons chamando a todos para ver "a banda mais
barulhenta de Rock do mundo" e o desafio de "quem não gostar é porque está velho" caiu como uma luva para nosso pequeno grupo de fãs de Rock/Metal do colégio Liceu Pasteur, entre os quais Stélio Neto, Marcelo Trevisan e Alexandre Campedelli. Nos unimos para tentar um jeito de organizar uma pequena caravana rumo ao show. Posteriormente, meu primo João Claudio também se juntou a nós, enquanto Campedelli decidia se ia mesmo conosco. Porém, faltava "apenas" solucionar outro grande problema: como iríamos ao Morumbi? A solução foi dada pelo ex-funcionário do escritório do meu pai de apelido Totó, que disse que nos levaria ao show, assegurando aos pais e familiares daquela "caravana" que tomaria conta de todos. A única condição imposta pelo Totó foi proibir a ida do meu irmão Frederico, que estava com apenas dez anos de idade, pois ele temia algum problema com o juizado de menores e com a situação delicada de levar uma criança a um megaevento. Apesar de bem novo, meu irmão também tinha sua jaqueta de couro preta. Engraçado foi que o próprio Totó entrou na nossa e comprou a sua jaqueta de couro na mesma Casas Priba, segundo ele "para não ficar tão fora do contexto dos roqueiros". Stélio, por sua vez, adquiriu uma camiseta do Tygers Of Pan Tang não sei onde, mas aquilo era algo inimaginável para a época.

Como tinha sete cativas do Morumbi, eu, Stélio, Trevisan, João Claudio e Totó compramos os ingressos especiais daquele setor do estádio e ficamos na maior expectativa. Nos intervalos entre as aulas do Liceu Pasteur só tínhamos um assunto: o show do Kiss! Quem vivia ao nosso lado não aguentava mais aquele assunto, mas diariamente fazíamos a mesma coisa. Ouvíamos o Creatures Of The Night, falávamos da forma mais inocente sobre o show e ignorávamos os conselhos dos mais velhos, que a cada dia se mostravam mais preocupados com o que viam sobre o Kiss na mídia brasileira.

A promoção do álbum Creatures Of The Night (1982) foi intensa no Brasil, onde conquistou disco de ouro. Antes e depois dos shows saíram diversas matérias em jornais e revistas como Som Três, Manchete e Mistura Moderna. Isto ajudou a difusão do Heavy Metal pelo país e muitos que hoje em dia são aficionados pelo estilo começaram a conhecê-lo naquela época.

A música I Love It Loud virou hit de rádio e o videoclipe passava com frequência na televisão em programas como "Som Pop" (TV Cultura), além de ter sido exibido com destaque no "Fantástico" (Rede Globo). Outras faixas de Creatures Of The Night, como Killer, War Machine, a intensa balada I Still Love You e a pesada faixa-título, também obtiveram boa receptividade do público, mas nada que pudesse rivalizar com o "fenômeno I Love It Loud". Todos sabiam cantar a entrada ('Eh, eh, eh, eh, yeah') e o refrão ("Loud, I Wanna Hear It Loud, Right Between The Eyes..."). Mesmo quem não gostava da banda e sequer tinha contato próximo com o Rock pesado inconscientemente sabia cantá-la.

Só que internamente as coisas no Kiss não iam bem. A banda soube "mascarar" por aqui o seu o período de baixa nos EUA, pois a "Creatures Of The Night / 10th Anniversary Tour" não vinha arrancando suspiros na terra natal do quarteto. O baterista Peter Criss já havia cedido o posto a Eric Carr havia algum tempo e o guitarrista Ace Frehley passava por sérios problemas com o álcool e as drogas. Apesar de aparecer na foto da capa de Creatures Of The Night, Ace foi substituído por Vinnie Vincent, que gravou algumas guitarras e backing vocals para o disco. Ao ser efetivado, Vinnie recebeu sua própria maquiagem (com a dourada cruz egípcia Ankh no rosto) e adotou a alcunha de 'Warrior'.

O saldo final da "Creatures Of The Night / 10th Anniversary Tour" pode não ter sido dos melhores, mas os shows no Rio de Janeiro (Maracanã, 18 de junho) - recorde de público da banda com 130 mil presentes -, Belo Horizonte (Mineirão, dia 23) e São Paulo (Morumbi, dia 25) acabaram sendo os últimos com o quarteto usando as famosas maquiagens. Nossa pequena "caravana" de fãs estava lá pulando e agitando na cativa do Morumbi ao som de hinos como Detroit Rock City, Calling Dr. Love, Firehouse, I Want You, Cold Gin, God Of Thunder, Love Gun, Shout It Out Loud, Black Diamond e Rock And Roll All Nite. Cantamos todas as novas do Creatures Of The Night, da abertura do set com a faixa-título, passando por War Machine, a balada I Still Love You e o hino I Love It Loud, executado duas vezes (quinta música do set list após Cold Gin e no primeiro bis), fato até então inédito num show do Kiss. Ainda tomamos um susto quando "estourou" o canhão da bateria em formato de tanque de Guerra de Eric Carr (a cara de susto do Totó e o seu desabafo - "Puta que o pariu, onde vim parar?!" - resumem bem aquele momento); vibramos com o sangue artificial e as peripécias de Gene Simmons; a performance de palco energética de Paul Stanley e o solo à la Eddie Van Halen de Vinnie Vincent. No final, saímos de alma lavada.

Antes de voltar para casa fomos comer um lanche no New Lareira's, onde nosso "guardião" Totó havia sido garçom durante muitos anos até ir trabalhar no escritório de advocacia do meu pai. O assunto? Obviamente, o show do Kiss! Alguns reclamaram da qualidade de som, que realmente não foi das melhores, e do local distante que estávamos, mas aquilo que vimos foi impactante e marcou nossas vidas. Estivemos lá e era isso que importava, pois aquilo foi como a nossa independência. Pessoalmente achei a experiência muito diferente de ir ver um jogo de futebol no Morumbi. Há semelhanças, como a vibração da torcida na hora da entrada do time e no momento do gol, mas o ambiente ao redor e dentro do estádio num show é outro. Depois deste dia, toda vez que ia a um jogo do São Paulo eu lembrava do show do Kiss.

Após a passagem pelo Brasil a banda ainda se manteve na mídia. A Rede Globo de Televisão apresentou um especial com o show do Rio de Janeiro e um documentário bizarro, com os repórteres fazendo aquelas perguntas condizentes com o "padrão Global", especialmente quando se trata de shows de Rock pesado. Nunca vou me esquecer da imagem do grupo de crentes e fanáticos religiosos que tentou impedir a entrada do público ao estádio do Maracanã. Não sei se eram os mesmos que distribuíram um comunicado antes de nossa entrada no Morumbi, alegando que o show era um culto ao demônio e que Kiss não significava "Beijo", mas Kids In Service Of Satan (Crianças a Serviço de Satã). Naquele comunicado a música Hell's Bells do AC/DC também era citada. Coincidentemente, antes do show de São Paulo o álbum Back In Black do AC/DC foi tocado repetidas vezes até a entrada do Kiss no palco.

Outro documentário interessante foi "Quem Kiss Teve", dirigido por Tadeu Jungle (apresentador do programa "A Fábrica do Som"), Walter Silveira e Paulo Priolli, que foi apresentado pela primeira vez no "1º Festival Videobrasil" em agosto de 1983 e depois acabou passando na TV Cultura. O vídeo de pouco menos de 30 minutos mostrou o outro lado do evento, com entrevistas pra lá de curiosas com fãs, cambistas, policiais, camelôs e a de um vendedor ambulante que estava vendendo um "sanduíche de molho de calabresa". Outro entrevistado era um sujeito que estava vendendo um pão com mortadela aparentemente vistoso, mas que quando se abria o pão havia apenas metade de uma fatia de mortadela, justamente a que aparecia por fora. A banda também foi entrevistada no backstage, mas o documentário explorou mais o caos e o acaso que rondam um evento de massa.

O fervor da estadia do
s quatro mascarados no Brasil foi capaz de fazer o cenário nacional crescer. A partir daí vários espaços se abriram para a música pesada e os festivais de Rock se espalhavam por colégios, teatros e espaços cedidos pelas prefeituras. Dois anos após a passagem do Kiss, o festival "Rock In Rio" colocaria definitivamente o Brasil na rota dos grupos estrangeiros e seria outro marco da expansão da música pesada por aqui.

Vídeos relacionados:
"Kissology - Volume II 1978-1991" (DVD, 2007): Disco 3 traz o show no Maracanã, Rio de Janeiro/RJ (TV Globo);

"Quem Kiss Teve" - Documentário, 1983.

40 comentários:

  1. Muito legal Batalha! A primeira jaqueta de couro a gente nunca esquece não é mesmo??? Que tal uma crônica sobre o Rock N Rio? Grande abraço!!!

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  2. O Ultimo Show do Kiss Com as Mascaras e Gravado No Brasil ,Creatures of The Night Tour

    Boa parte dos meus desenhos nas aulas de Educação Artistica era sobre o Kiss , a professora dizia que era feio!! ,coisa do capeta rsrs ,e claro fui ao Show ver Paul Stanley, Gene Simmons, Eric carr e Vinnie Vincent .

    Ver e ouvir Eric Carr socando a bateria na introdução de I Love It Loud em cima daquele tanque de guerra foi inesquecivel!! ,Vinnie Vincent ,sempre polemico ,porém injustiçado pelos outros membros , na minha opinião o melhor guitarrista que já tocou no Kiss ,não fui nos outros shows da banda no Brasil.

    Parabèns Ricardo Batalha ,excelente materia !!

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  3. Muito bom o seu "causo" do show do Kiss!!!

    Concordo com você o fato do Kiss ter abrido as portas e as oportunidades de bandas de rock nacional...mas o que realmente estourou e praticamente consolidou o rock nacional foi o Rock In Rio de 1985.

    Eu não sou dessa época (quando você foi ao show do Kiss, eu tinha quase 2 aninhos), mas tenho inveja ao encontrar esses caras nas filas dos shows e eles contarem que foram no Rock In Rio de 85...que foram ver o Kiss em 83...que foram ver o Genesis em 77...que foram ver o Testament em 89...gostaria de ser da idade deles por causa disso...

    Abraços e Feliz Metal em 2009!!!

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  4. Muito bom! Recordações boas de uma época primordial para o cenário musical brasileiro de modo geral. Tudo se aprefeiçou depois dessa tour do KISS no Brasil: Maketing, organizações de maneira geral. E foi um laboratório para o Rock in Rio, em 1985.

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  5. Parabéns...lembrou bem a época...eu não consegui ir a esse show...acabei indo no do Venom e Exciter em 1986...Metallica..1989..Motorhead no mesmo ano...e assim foi...esse show do KISS marcou definitivamente a minha vida e escuto o grupo e outras bandas do estilo até hoje..já na casa dos 40 anos..if you want the best..you got the best...
    PS...qto ao show do RIO foi no Maracananzinho...abs...

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  6. demais a historia Ricardo...
    dia 15 de março sera meu primeiro grande show...e espero ter historias assim pra contar aos outros um dia hehehhee...
    IRON MAIDEN EU VOU!!!!

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  7. Sensacional, tempos que não voltam mais!

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  8. Ótima crônica - KISS forever! Ao amigo "Anônimo", o show citado foi mesmo no estádio do Maracanã. Seria impossível o KISS bater seu recorde de público no Maracanazinho.

    http://br.youtube.com/watch?v=noxlukMGGWo

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  9. Verdade Guilherme...foi no maracanã...desculpe a todos..confundi com o do Peter Frampton no mesmo ano...abs ...e parabens de novo Batalha

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  10. Puts Batalha, eu tenho 22 anos e daria de tudo p poder ter ido nesse show...
    Espero ainda poder ver o KISS nas terras tupiniquins.

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  11. Conheci um cara que foi nesse show do Morumbi e morro de inveja dele! Gostaria muito de ter visto esse show ao vivo, pois não era nem nascido ainda (nasci em 85). E pena também que todos os vídeos que existem dos shows estão em má qualidade ou edições absurdas (vide do DVD KISSology Vol.2) - tipo "padrão Globo de qualidade e edição"... :D
    Muito boa essa matéria! Parabéns! Isso deveria ir para a Rodie Crew, não acha!? (assim como foi feito a do Rock In Rio I)

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  12. Prezado Ricardo,

    Parabéns (e obrigado!) por recordar desse acontecimento inesquecível para todos os "Tupinikiss".

    Permita-me, humildemente, duas breves correções:

    1. O disco "Creatures Of The Night" foi lançado em "1982" (o primeiro show dessa tour, bem como o primeiro de Vinnie Vincent no Kiss, foi em 29/12/82, na cidade de Bismark, nos EUA. A "COTN Tour" teve um total de 56 shows).

    2. Apesar de ter participado do album "Creatures Of The Night" e ser o guitarrista "oficial" no disco seguinte ("Lick It Up", de 1983), Vinnie Vincent nunca foi membro efetivo do Kiss (!!!), vez que nunca assinou, legalmente, contrato com o empresariamento da banda.

    Cabe destacar, ainda, os diversos significados que surgiram, tempestivamente, para o nome KISS: "Kids In Service of the Satanás" (Hahaha! Essa "pérola" foi dita por uma adolescente na matéria exibida pela Rede Globo), "Kids In Service of Satan" e o menos absurdo "Knights In Satan Service" (Cavaleiros à Serviço de Satã).

    Grande abraço!

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  13. Muito obrigado Fabiano Rutigliano, já corrigi a data de lançamento do "Creatures Of The Night", que saiu oficialmente em outubro de 1982. Legal ter lembrado daquela garota que falou com todo entusiasmo a pérola "Kids In Service of the Satanás" na reportagem que foi ao ar pela Globo. Quanto ao Vinnie Vincent, ele realmente foi efetivado na banda nesta época. Melhor não entrarmos na questão jurídica, porque até hoje corre uma ação nos EUA na qual Vinnie requer seus direitos.

    Grande abraço.

    Valeu!

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  14. Sensacional! Meu primeiro show grande tb foi do kiss, mas de 99 huauhauhahuaauhauh...

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  15. espero que um dia você pense em lançar um livro ,você dever ter um zilhão de histórias pra contar...........,

    Obrigado por me fazer conhecer grandes bandas que eu não conhecia!

    abraços!

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  16. elogiar suas cronicas é chover no molhado, eu adoro o kiss mas vc se superou na cronica do lançamento de lick it up essa sim me deu uma pontinha de inveja daquela epoca, parabens

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  17. Eu tinha 10 anos na época e cheguei a pentelhar minha família para me deixar ir, mas com quem? Óbvio que não deixaram. Entretanto, eu viví essa época intensamente. Lembro de estar no ônibus a caminho do Pedro II aqui no Rio e me deparar com o outdoor do show que era a capa do Destroyer com os dizeres: "o maior espetáculo de rock do mundo" (ou algo assim). Eu não tinha a menor idéia do que fosse rock na época, muito menos quem era o Kiss. Quando ví a chamada do show na televisão, que era um trecho do clipe de I Love It Loud, enlouquecí. Tenho uma paixão devastadora pelo rock por causa do Kiss, tenho todos os cds da banda. Muito legal ler esse texto Batalha, ainda mais com as ilustrações. Putz, o ingresso, a revista Manchete, caralho, eu tive tudo isso. Tinha um superposter da Somtrês com os 4 em cima do tanque...é mta coisa pra lembrar...eu tb desenhava várias paradas do Kiss no caderno durante as aulas. Do caralho!!!

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  18. Perfeito o post. Me senti na caravana do metal com vcs! Os scans dessa Manchete que eu perdi foram o toque final. Nota 10!

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  19. Vc tem foto do outdoor, que era a capa do Destroyer, com as maquiagens do Eric e Vinnie sobrepostas?

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  20. Prezado Ricardo,

    Realmente, você está certo sobre tal ação judicial (Vinnie x Kiss). Contudo, no canal de comentários do DVD "Kissology - Vol. 2 (1978-1991)", o Gene Simmons afirma, categoricamente, que o Vinnie jamais assinou o contrato que lhe fôra ofertado pelo empresariamento da banda, o qual lhe conferiria, formalmente, o posto de guitarrista do Kiss. A não assinatura, bem como o comportamento "destrutivo" de Vinnie enquanto guitarrista "não oficial" foram os motivos, alegados por Simmons e Stanley, que levaram a expulsão de Vincent da banda. Bem, pelo menos foi o que Mr. Simmons disse... Aliás, isso vem sendo afirmado, parcialmente, desde o lançamento do documentário "X-Treme (Close Up)", em 1992.

    Não sabemos, enfim, o que Vinnie tem a dizer a respeito. Mas, arrisco comentar que se as constantes afirmações de Gene não fossem verídicas, Vinnie garantiria uma belíssima e vitalícia aposentadoria!

    Curiosamente, anos após a sua saída do Kiss, Vinnie encontrou-se com Gene e Paul nos estúdios A&M, em NYC, e Simmons o convidou para compor algumas músicas para o album "Revenge", de 1992. Daí, surgiram: "Unholy", Heart Of Chrome" e "I Just Wanna".

    Grande abraço!

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  21. Excelente texto. Faltou lembrar mais figuras do Quem KISS Teve e os embromations. Mas ainda assim o texto é ótimo. Abraço!

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  22. SENSACIONAL !!! Eu quero uma cópia desse documentário !! Eu tinha 4 anos na época e lembro de tudo que cercou o show, de ver chamadas na TV !! Um abraço,

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  23. Sensacional esta matéria, bem como os vídeos realizados no QUEM KISS TEVE, ainda em 1983, acessar You Tube onde tem três partes do documentário (ainda que eu ache-o em certos momentos pouco KISS e um tanto pedante por conta de seus seus idealizadores, a exemplo da filmagem de fatos e pessoas 'nada haver' pois estavam lá por qualquer coisa, menos para ver a BANDA!). Um grande abraço,

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  24. Le

    Porra viajei no tempo agora, estava descobrindo o mundo rock roll, tinha a idade do seu irmão Frederico e também ficou dificil ir ao show, o cd Creatures of the Night, se via em qualquer lugar naquela epoca, como foi bom lembrar dele e também Blue Oyster Cult ( Fire of Unknown Origin - 1981 ) , ( The Revolution By Night - 1983), depois disso só foi alegria Sabbath,Van Halen , etc...era Hard/Heavy .....

    Sensacional Materia Batalha ....Abs Le

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  25. Muito bom, ótimas recordações , está com a memória em dia hein...queria ter vivido nessa época pra saborear o rock/metal nos anos 80. Mais textos desse estilo vãoser muito bem vindos.

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  26. Muito boa a história! Ir a um show em estádio pela primeira vez é realmente muito excitante. meu primeiro show foi o Monsters of Rock de 961 Nunca vou esquecer aquele dia!!

    Vou aproveitar para fazer minha propaganda hehehe Criei um blog com contos inspirados por músicas de Classic Rock/Heavy Metal. VOu deixar o endereço se por um acaso você estiver afim de dar uma conferida!

    http://contosdorocknroll.blogspot.com/

    Abraço!! E parabéns pelo trabalho na Roadie Crew

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  27. Grande Ricardo batalha!
    Estou à tempos tentando postar alguma coisa do Kiss no meu blog, adorei o seu post, é de blogs assim que precisamos!
    Quem sabe eu faça uma resenha de Psycho Circus!

    Muito obrigado por nos informar todos esses anos!

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  28. Isso lembrou meu primeiro show em estádio que foi o Monsters of Rock de 1994, e quem era atração principal? Justamente o KISS :)

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  29. Muito bom o relato do show do Kiss em 1983.
    Eu também fui e ainda com uma particularidade a mais. Moro em Ponta Grossa - Paraná, tinha 17 anos à época, estava careca, recém passado no vestibular. Imagine a dificuldade. Foi praticamente a primeira vez que saí de casa, fui de ônibus de linha normal, sem conhecer nada em SP. Só pra ter uma idéia, minha mãe conhecia a mãe de um rapaz que ia com uns amigos e marcou para nos encontrarmos na rodoviária. Não conhecia os caras, mas logo os reconheci, especialmente pela forma como estavam trajados. Foi uma aventura e tanto, ainda mais abrilhantada pelo show do KISS, do qual sou fã até hoje. Lembra que logo no começo deu um problema nas caixas de som do lado esquerdo do palco? Sorte que eu estava nas cadeiras numeradas do outro lado, mas tudo valeu a pena.
    Hoje eu também escrevo para um blog sobre rock http://www.jmnews.com.br/index.php?SETOR=BLOG&BID=2021
    e também apresento um programa de rock na tv, chamado Rocktime http://www.redetvm.com.br/rocktime.html
    confira.
    Grande e forte abraço.

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  30. Grande Batalha...
    Grande Artigo...
    Eu no auge dos 40, vivi essa época.

    Valeu..
    Se conhecer meu blog e minhas idéias, segue o link
    http://www.julio-verdi.blogspot.com/

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  31. Demais!!!

    Meu primeiro grande show que verei aqui em Manaus será do Iron Maiden.

    Espero contar uma história parecida daqui há uns 20 anos :D

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  32. Indicamos o seu blog para o Prêmio Selo Dardos de Reconhecimento.

    Para maiores informações, acesse o link abaixo:

    http://collectorsroom.blogspot.com/2009/02/premio-selo-dardos-de-reconhecimento.html

    Abraço, e continue com o excelente trabalho.

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  33. Morri de inveja sua, eu infelizmente não consegui na época convencer meus pais a me deixarem ir. Tive q me conformar com um poster bem tosco do Kiss q ganhei de um programa de tv apresentado pelo figuraça Mister Sam (se não me falha a memória o nome do programa era Realce).
    E por incrível q pareça até hoje não consegui realizar meu sonho de ver o Kiss. Mas de uma coisa posso meu orgulhar, meus filhos hoje com 11-12-19 são todos fans do Kiss.
    Valeu pela crónica, me fez reviver aquela época q andava no centro de S.Paulo sempre atrás de alguma novidade na galeria do rock e adjacências. Hoje em dia ainda frequento com meus filhos, mas naquela época o gostinho era diferente.

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  34. Grande Batalha...

    Vc não comentou como terminou a estória da jaqueta...vi que o walkman vc ainda guarda em perfeito estado, mas e a jaqueta? e o Sr.Miguel, o Totó e a turma, como estão hoje?

    Abração e novamente, parabéns!
    Michel

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  35. Foi esse show que me fez começar a ouvir metal, aos meus 8 anos de idade... Lembro que passamos perto do Mineirão no dia e dava pra ver as luzes e ouvir o "bochicho" que vinham do estádio, até pedi ao meu pai pra irmos, ao que ele respondeu "tá maluco?" hahaha Não sei pq, no dia que passou na tv não me interessei em assistir, o que me causou muito arrependimento, até eu conseguir ver em vhs alguns anos depois. Hj seria só acessar o youtube no dia seguinte...

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  36. Batalha, é inacreditavel!! Quando li começei a relembrar de coisas que acho que estavam arquivadas em minha mente e que de repente voltaram!! Puta merda, dá até um nó na garganta! Época em que vc encontrava alguem cabeludo, com camiseta, jaqueta e já rolava uma interação, amizade!! isto era muito, mas muito verdadeiro. Conversavamos horas e horas com alguem que tivesse qualquer envolvimento com o rock, !! Puta época!! Me fez relembrar muito, mas muito esta maravilhosa fase de minha vida!!

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  37. achei enteresante eu só li porque eu amo o kiss. tchau kiss of death hahahahahaha

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  38. Batalha! Acesse meu blog! Por Favor!

    http://esporro2009.zip.net

    Abraços Metalicos

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  39. Ontem no Morumbi (show do Iron Maiden) lembrei que a 30 anos o Queen esteve no Brasil abrindo a porta para os grandes shows, depois vieram Kiss e Van Halen e eu estava em todos eles. Hoje é mais fácil deixar de ir por falta de grana... nos anos 80 era imperdoável deixar de ir.

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  40. Olá! gostaria de lhe sugerir escrever sobre os shows do KISS no Brasil em 1999. Eu estive no de Porto Alegre, o primeiro aqui no Brasil com a formação original dos loucaços. Abraços!

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