sábado, 2 de fevereiro de 2008

Arquivo Entrevista: FRANK BANX (Angel Dust)

Atualmente composta por Dirk Thurisch (vocal), Ritchie Wilkison (guitarra), Frank Banx (baixo), Steven Banx (teclado) e Dirk Assmuth (bateria), a banda alemã Angel Dust chega ao auge de sua carreira com o lançamento de Of Human Bondage. Apesar de ter ficado fora da cena por quase uma década, o retorno, ocorrido em 1997, foi bastante comemorado com um contrato com a Century Media. O som praticado atualmente ainda mantém os elementos vindos do início da carreira, quando gravaram os álbuns Into The Dark Past e To Dust You Will Decay, lançados na época áurea do Thrash Metal, ou seja, o final dos anos 80. Além disso, logo quando retornou à cena, o Angel Dust abriu espaço para a melodia e os álbuns Border Of Reality (1998), Bleed (1999) e Enlighten The Darkness (2000) foram a prova definitiva de que o Angel Dust tinha voltado para ficar. O que ninguém realmente esperava era que conseguiriam gravar um trabalho tão marcante como Of Human Bondage, que definitivamente coloca a banda num patamar muito alto na cena do Metal mundial. Com a palavra o baixista e um dos fundadores, Frank Banx.

O Angel Dust começou fazendo um Speed/Thrash Metal. O que aconteceu com a banda entre 1988 e 1998, quando vocês voltaram com o Border Of Reality?
Frank Banx: Nós nos separamos em 1989 porque não conseguíamos mais trabalhar juntos. Foram problemas estritamente pessoas. Nesse período de inatividade do Angel Dust eu toquei em uma banda de Power Metal, chamada The Crows, que chegou a lançar um álbum em 1991. Não foi nada fácil encontrar as pessoas ideais para voltar com a banda, principalmente para ocupar o posto de vocalista. Eu queria alguém que tivesse a voz e o estilo de cantar de Dirk, porque eu gosto de vocalistas mais agressivos e não aqueles que só criam linhas agudas e melódicas.

É verdade que o nome da banda foi tirado de uma música do Venom?
Banx: Sim, é verdade, pegamos da música Angel Dust do Venom (N.R.: Esta música consta do álbum Welcome To Hell, de 1981). Muitos pensavem que fosse por causa de uma droga (pó de anjo), mas nem sabíamos o que era “pó de anjo” no vocabulário das drogas (risos). Na realidade era bastante comum dar nome a uma banda por causa de alguma música. Por exemplo, o nome Running Wild foi tirado de uma música do Judas Priest (N.R.: Do álbum Hell Bent For Leather, de 1979).

Por que é tão difícil encontrar nas lojas os álbuns antigos, Into The Dark Past e To Dust You Will Decay?
Banx: Sei que é quase impossível encontrá-los em lojas porque ainda não foram relançados. Quando eles foram lançados foi numa época em que o costume de colecionar CDs estava apenas no começo. Isto ocorreu no final dos anos 80 e início da década de 90 e naquela época lançaram uma quantidade relativamente pequena. Acredito que foram colocadas à venda cerca de duas mil cópias para cada álbum. Mas nós estamos trabalhando em cima disso e em breve os fãs terão novidades.

Qual a razão da mudança no direcionamento musical da banda, fazendo agora uma mescla do Thrash com o Power Metal? 
Banx: Foi a união dos pensamentos de antiugos e novos integrantes da banda. E estando afastado de cena por cerca de dez anos, considero que isto seja como uma evolução natural para nós. Crescemos um pouco musicalmente e acabamos absorvendo novas influências. Isto é absolutamente normal e fez com que o nosso estilo fosse um pouco mudado. O Into The Dark Past era Speed Metal, algo como o Kreator, Metallica e Slayer, com um pequeno toque melódico, mas nada que pudesse nos levar ao estilo do Helloween, longe disso. Até hoje as pessoas classificam nossa banda de diversas maneiras. Falam que é Thrash Metal ‘old-school’, Speed Metal e Power Metal, além de outros adjetivos. Você mesmo disse, Thrash mesclado com Power Metal. Nem sei direito o que cada um destes estilos significa, mas qual é a verdadeira essência, não é o Metal? Sim, então fazemos Metal!

Com esta nova proposta vocês lançaram três álbuns (Border Of Reality, Bleed e Enlighten The Darkness) que foram bem recebidos pelos fãs. O que você pode falar sobre a evolução da banda nestes últimos quatro anos?
Banx: É verdade, todos eles tiveram uma grande aceitação por parte dos fãs. O que mais posso dizer? Bem, a cada álbum formos conseguindo vendas superiores. Além disso, fizemos diversas participações em tributos, o que faz com que o nome da banda seja cada vez mais difundido.

Qual destes três álbuns obteve mais impacto?
Banx: Essa é uma pergunta difícil. Creio que o mais aclamado foi o Enlighten The Darkness, mas as algumas pessoas vêm a mim e dizem que gostam mais de uma música de um determinado álbum, já outras falam que gostam mais de uma pertencente a outro álbum. Desta forma, é difícil afirmar qual é o predileto dos fãs. Acho que eles gostam proporcionalmente dos três. 

Por que o baterista Dirk Assmuth deixou a banda em 2000 e retornou no ano seguinte?
Banx: Ele deixou a banda porque estava com um trabalho paralelo e não tinha tempo para conciliá-lo ao Angel Dust. Depois as coisas se acalmaram para o lado dele e, felizmente, pôde estar conosco novamente. 

Recentemente vocês lançaram Of Human Bondage, que foi produzido por Siggi Bemm. Parece que esta parceria vem dando certo, concorda?
Banx: Concordo. Ele trabalhou conosco no Enlighten The Darkness e gostamos muito da maneira que ele conduz as coisas no estúdio. Daí não foi difícil concluir que ele seria o profissional ideal para o Of Human Bondage.

O novo álbum é ainda mais pesado que os três últimos e pode ser considerado o auge da carreira da banda, concorda? O guitarrista Ritchie Wilkison trouxe muitas idéias no processo de composição do Of Human Bondage?
Banx: Concordo quando você disse que é mais pesado que os álbuns anteriores. Esta foi uma decisão nossa, fizemos isso propositalmente. Ritchie realmente veio com grandes idéias para as composições, mas nós trabalhamos juntos em estúdio, foi um processo coletivo.

Podemos destacar as faixas Disbeliever, Forever, Unite e a faixa-título. Quais são as suas favoritas e quais você acredita que os fãs irão gostar mais?
Banx: A que mais gosto é a Unite e não sei ao certo quais os fãs irão gostar mais. Acredito que isto só será possível responder depois da turnê e do contato com os nossos fãs.

Como veio a idéia de fazer uma versão para a música do Seal, Killer?
Banx: Foi uma idéia que partiu de Dirk. Estávamos ensaiando um dia e ele nos mostrou essa música dizendo que poderíamos fazer uma versão com a cara do Angel Dust. No início nós dissemos: “Meu Deus, você está querendo tocar essa música?!” (risos). Mas, ele estava tão confiante de que ficaria boa que acabamos fazendo a nossa versão. No final, achei o resultado muito bom.

E quando vocês irão para a estrada? Existe alguma possibilidade de ser incluído no cast de algum festival de verão na Europa?
Banx: A primeira parte da nova turnê será justamente na Europa em abril, ao lado do Rhapsody. Quanto aos festivais, ainda não temos nada agendado. Sei que existem rumores na Internet de que iremos tocar no “Wacken”, mas não está nada certo.

Como é o seu relacionamento com seu irmão, Steven Banx, tecladista da banda?
Banx: Muito tranqüilo. Mesmo tendo pontos de vista diferentes em algum assunto, seja de nossa vida pessoal ou na área musical, nossos objetivos são os mesmos e lutamos sempre para o nosso bem estar. Nos respeitamos muito e sempre discutimos ao máximo até chegarmos a uma conclusão. A vida em geral deve ser levada assim. Não adianta tentar impor o seu ponto de vista.

Os quatro últimos álbuns do Angel Dust foram lançados no Brasil. Vocês pretendem fazer algum show por aqui?
Banx: Não sei se temos muitos fãs no Brasil, mas temos uma grande esperança em tocar no seu país. Acho que o único problema é a negociação, se não tivermos o apoio ideal da Century Media, não podemos fazer nada. Se recebermos uma proposta de algum promotor de shows, estudaremos a melhor maneira.

Entrevista publicada na edição #39 da revista ROADIE CREW (abril de 2002)

2 comentários:

  1. Mais uma excelente banda que poucas pessoas conhecem.

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  2. Eu amo todos os cds do Angel Dust e dessa última fase deles, eu gosto + do Border Of Reality. Infelismente os caras pararam com a banda, o que é muito triste.

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